sexta-feira, 13 de maio de 2011

A hipocrisia dos que se dizem "dono do teatro"

Parece-me contundente a questão que envolve hoje o aparato sindical em torno do ator. Um aparato sindical que muitas vezes ao invés de defender o ator disso ou daquilo lhe coloca numa ponta de repressão e tortura. Um país ainda longe de alcançar todos as suas ações democráticas vive a margem de uma repressão absolutista que coibe o ator do avanço e de suas melhores oportunidades. Eles falam em registro de ator ou mecanismo esdrúsculo para dizer: Faz teatro quem pertence ao meu grupinho corporativista ou paga para que a chamada casta dos flamigerados sindicalistas se mantenha de pé diante do desuso de suas funções.

A arte do ator nasce na liberdade. O ator é livre de acomodações massivas e excludentes. O ator é faceta de uma atitude plena de exercício do fluir, do imaginar e do porvir. o Ator de dramaturgia não se limita ao mundinho cheio de pleonasmos e vicios que marcam uma época difusa que não é mais a época da liberdade cultural pretendida pelos nossos atores e pelos nossos livres pensadores. Não podemos exigir que antes que um dramaturgo elabore uma peça de teatro, um texto dramático ele que tenha se sindicalizar para que possa ser reconhecido ou visto. A cultura e o teatro esvaziam essa máxima pensada na ditadura militar e que alguns sindicalistas disfarçados de ator tentam a todo custo colocar em prática. Somos de uma época distinta. Somos de um momento diferente da história universal, nossas ramificações partem de uma sociedade sem ostracismo e sem recalques anacrônicos em suas veias. Somos de uma sociedade de gente livre, pensante, sem mistérios sepultados no viés da podridão recondita da "persona".

Esse novo ator entende que um registro é apenas um instrumento profissional legitimo que vai lhe ajudar a crescer e se achar conveniente, mas jamais será um hiato que separa o talento da realidade. Um hiato que separa dois mundos daqueles que podem e daqueles que não podem fazer arte no Brasil

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