quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sucesso no Curso de Modelo Multimídia em São Luis

Depois de um curso extremamente positivo e interessante terminamos a capacitação de modelos tendo a certeza que teremos boas noticias no mercado de São Luis. O nível das participantes confome definiu o diretor Milton Andrade foi BOM e as pessoas demonstraram interesse e senso de participação. Na concepção do diretor da CIA MILTON ANDRADE  o destaque da Seletiva ficou por conta da candidata ISAURA DANIELE COSTA QUEIROZ que na concepção dos facilitadores possui leveza, inteligência e bons atributos de comunicação.
Isaura foi selecionada pelos facilitadores Milton e Karine para a Zag Eventos

O Facilitador Milton Andrade destacou também o forte perfil de mais duas participações a treinanda Giulia Emily e Kalindy Gabriele. Karine disse que as candidatas possuem um formação positiva e um alto padrão de beleza e   fotografia.

Kalindy Gabriele selecionada pela ZAG Eventos
Giulia é atriz da CIA TEATRALIZANDO e agora entra no CAST ZAG EVENTOS. 

As outras candidatas selecionadas:


Nayane Deyse

Emilia Melo

Caroliny Stephany

Valyne Ramos

Illany Carvalho

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Carta Aberta aos artistas de São Luis da CIA TEATRALIZANDO

Carta Aberta do Diretor Milton Andrade aos seus atores da CIA TEATRALIZANDO
 Como fazer os atores compreenderem que daqui a poucas horas estarão sobre o palco, irremediavelmente sozinhos? Como fazê-los sentir que tudo que discutimos, planejamos, estudamos, repetimos à exaustão, burilamos, adoramos e detestamos… não tem mais a menor importância? O Teatro não é um dever de casa. Não basta responder certo às questões, a escolha não é múltipla. Como fazê-los entender que estar em cena tem de ser, em todas as representações ou ensaios, um ATO DE VIDA? Um dos mais interessantes atos de vida que o homem jamais engendrou?… A escolha é uma só: estar em cena generosamente. Inteiramente. Que o Teatro é para a platéia, para aqueles seres mortais que vão estar ali – mas, que ainda isso é secundário! Porque ainda antes é um ato de vida, vida em meio à “solidão magnífica” como Freud chamou. Existe uma solidão que não é triste, não é má, embora seja sofrida, posto que é solidão. Existe uma solidão que contém a humanidade. Por isso é magnífica.. É dentro da agradável neblina deste tipo de solidão que o ator, humilde herói, move-se. Nada é mais fácil no Teatro que esquecer o que é o Teatro. Trata-se de representar. De estar presente outra vez. Presente, outra vez, em lugares onde, na verdade,  nunca estivemos, porque é a vida de outros, dos personagens que iremos viver. Nada é mais complexo que o óbvio que, neste caso, é o exercício da fantasia. Fazer Teatro  é como brincar de roda; as crianças sabem fazer teatro! É acreditar na fantasia ao limite da realidade, sem transpô-lo, porque isto seria enlouquecer. Pobre do ator que tem sua recompensa no agrado ou desagrado da platéia! Há muitas outras coisas na vida assim. Imaginem se um pai pode gostar de um filho, ou um homem amar uma mulher, tendo como recompensa o que isto causa na platéia… Pobre do ator que julgando ser o Teatro uma técnica, não acredita que é verdade aquilo que representa… Pobre do ator que não se estima. Que não acha deslumbrando sua visão de mundo.. A auto-estima é o sentimento do ator. A auto-estima nada tem a ver com a vaidade ou com o orgulho – não! Isto são mal entendidos da moral cristã. A auto-estima tem, sim, a ver com uma consciência profunda da própria utilidade dentro do mundo. A vida é um mistério. Este fato encarado e levado ao nível da ação quando fazemos Teatro. Atores são Artistas. E artistas são príncipes, guerreiros do Belo, militantes das forças que criam contra aquelas que destroem. Pobre do ator que não acha belo o que ele faz! Porque é belo o que ele faz!

São Luis... O Sonho Começou...

sábado, 15 de janeiro de 2011

O que seria na verdade o LÚDICO?

 os desafios criativos do lúdico essenciais para a dramaturgia.
Por: Milton Andrade - Ator, diretor e dramaturgo. 
Nos dicionários da nossa língua, geralmente diversos significados são atribuídos ao lúdico, que é considerado como um adjetivo “que tem o caráter de jogos, brinquedos e divertimentos” e integra “a atividade lúdica das crianças”. Para a autora essa primeira explicação, além de restringir o lúdico à infância, refere-se apenas aos jogos, aos brinquedos e aos divertimentos das crianças, quando existe uma diversidade de manifestações culturais construídas pela humanidade e vivenciadas em todos os ciclos da vida, da mais tenra idade à velhice (Ferreira , 1986: p.1051).
Fazendo uma interessante discussão sobre o tema, Bracht (2003) salientou que o lúdico é um termo amplamente utilizado nos estudos sobre o lazer no Brasil. Contudo, o autor constatou que nem sempre os estudiosos se preocupam em precisar o significado dessa palavra, deixando lacunas que dificultam a compreensão do lúdico. Com essa afirmação, você pode perceber que as dificuldades que incidem sobre o entendimento do termo “lúdico” no vocabulário comum também podem ser verificadas na produção acadêmica. Vamos, então, fazer um exame mais minucioso de alguns estudos que tratam dessa questão.
Normalmente, os estudiosos que aprofundam conhecimentos sobre o lúdico não deixam de citar o clássico Homo ludens, texto escrito em 1938, por Johan Huizinga. Este autor destaca que, em geral, na língua latina o vocábulo ludus era um termo equivalente a jogo, cobrindo todo esse terreno de manifestações culturais. Dessa forma, o latim “ludus abrange os jogos infantis, a recreação, as competições, as representações litúrgicas e teatrais e os jogos de azar.” (Huizinga, 1993, p.41).
Bracht (2003) averiguou que é quase uma unanimidade conferir ao lúdico ou a termos equivalentes (tais como: práticas lúdicas, universo lúdico, vivência lúdica) características eminentemente positivas. Assim, o lúdico é sempre ressaltado como algo interessante, agradável, prazeroso, criativo, autônomo, voluntário e livre, como um fenômeno que provoca, nos sujeitos, um estado de agradável sensação. Nessa perspectiva, a essência da ludicidade poderia ser traduzida como prazer, júbilo, regozijo e alegria. O autor indaga: porque o termo lúdico recebe esta conotação positiva?
Mesmo que esta interpretação seja muito difundida em nosso meio, sobre ela recaem algumas objeções. Como lembra Bracht (2003), ao invés de simplesmente preservar o lúdico no sentido de uma “pureza original” e idealizada, o desafio consiste em potencializá-lo numa determinada direção. Como exemplo, o autor cita a ação da indústria cultural, quando esta apela para o interesse “natural” da criança pelo jogo, onde ocorre um processo de ressignificação que precisa ser compreendido. Através da oferta de determinados objetos, fantasias, da delimitação dos espaços e dos tempos, os meios de comunicação de massa estruturam o universo das brincadeiras e jogos infantis de maneira que a criança não é protagonista, mas mero objeto de um outro jogo.
Mesmo não tendo uma visão idealizada sobre o lúdico, muitos autores brasileiros conferem a ele uma conotação positiva. Outros pesquisadores ressaltam, ainda, seu caráter subversivo e utópico do lúdico. Vejamos o que pensam alguns deles.
Marcellino (1990) entende o lúdico como um componente da cultura historicamente situada e que pode significar uma “experiência revolucionária”. Assim entendido, o lúdico permite não só consumir cultura, mas também criá-la e recriá-la, vivenciando valores e papéis externos a ela (Marcellino, 1990). Esse potencial revolucionário do lúdico é citado por vários autores adeptos do pensamento de que o lúdico não deve funcionar como válvula de escape, propiciar a evasão, comprometer-se com a fuga da realidade e com a quebra da rotina.
Pinto (1995, p.20) considera-o como vivência privilegiada do lazer que materializa experiência cultural, movida pelos desejos de quem joga e coroada pelo prazer. Para a autora, concretizar o lúdico é “renovar relações interpessoais, experiências corporais, ambientes, temporalidades e energias; é reencontrar consigo mesmo, com o que gosta e deseja; compreender como nossos sonhos se constituem no contexto em que vivemos; transbordar a crítica e a criatividade; e saborear o momento presente como possibilidade de vivências de utopias.”
Na pesquisa realizada com meninos e meninas que trabalham nos canaviais de Pernambuco, Silva (2001, p.18) destacou o caráter de subversão e de transgressão da ordem desenvolvidos por meio de ações lúdicas. Essa transgressão “deve ser compreendida como um caminho cultural e possibilidade real de construção de níveis mais avançados de fazer política, história e cultura.” O autor reconhece que o lúdico não é apenas um reino da fantasia, dotado apenas da força transgressora. Além de conter todos os valores citados, contêm também uma relação dialética entre consenso e conflito, dor e prazer, alienação e emancipação.
Alves (2003, p.70), por sua vez, compreende o lúdico como uma dimensão humana que se expressa na cultura, por isso mesmo cada sociedade convive com diferentes referências, possíveis de serem identificadas quando se analisa a presença deste elemento em seu interior. Homens, mulheres e crianças interferem no meio e sofrem influências deste, o que permite a construção de uma “teia de relações”, também lúdicas, onde sujeito e cultura são modificados. Compreender esta dimensão nas sociedades é, para a autora, uma tarefa instigante.
Debortoli (2002) considera a ludicidade como uma das dimensões da linguagem humana, possibilidade de expressão do sujeito criador, que se torna capaz de dar significado à sua existência, ressignificar e transformar o mundo. Sua percepção da linguagem vai além da fala, pois se trata de expressão, da capacidade de tornar-se narrador.
Sendo compreendido como uma forma de linguagem humana referenciada na brincadeira, o lúdico pode se manifestar de diversas formas (verbal, impressa, gestual, visual, artística, etc.) e ocorrer em todos os momentos da vida – no trabalho, no lazer, na escola, na família, na política, na ciência, dentre outros (Gomes, 2004).
Contrapondo o senso comum, como visto no início deste tópico, para o qual o lúdico é equivocadamente associado à infância e tratado como sinônimo de determinadas manifestações da nossa cultura, Gomes (2004, p.145) afirma que “as práticas culturais não são lúdicas em si. É a interação do sujeito com a experiência vivida que possibilita o desabrochar da ludicidade”. Além disso, o lúdico constitui formas diferenciadas de partilhar a vida social, não apenas positivamente como alertado por Bracht, mas profundamente marcado pela exaltação dos sentidos e das emoções – misturando alegria e angústia, relaxamento e tensão, prazer e conflito, regozijo e frustração, satisfação e expectativa, liberdade e concessão, entrega, renúncia e deleite.
Por isso, o lúdico pressupõe a valorização estética e a apropriação expressiva do processo vivido, e não apenas do produto obtido, mesmo quando não se obtém o resultado almejado (por exemplo, torcer ou integrar um time que não sai vitorioso de uma partida), prevalece o pensamento de que a vivência valeu a pena, sendo mantido o desejo de repeti-la e conquistar novos desafios (Werneck, 2003; Gomes, 2004).
Pelo exposto, o lúdico pode ser entendido como “expressão humana de significados da/na cultura referenciada no brincar consigo, com o outro e com o contexto”, refletindo as tradições, os valores, os costumes e as contradições presentes em nossa sociedade. Assim, é construído culturalmente e cerceado por vários fatores, tais como normas políticas e sociais, princípios morais, regras educacionais, condições concretas de existência. O lúdico, compreendido como uma forma de expressão humana que tem o brincar como referência, representa uma oportunidade de (re)organizar a vivência e (re)elaborar valores comprometidos com um determinado projeto de sociedade (Gomes, 2004, p.145).
Para tratar do assunto com os alunos(as) é preciso considerar as discussões acima ao desenvolver todos os conteúdos desta proposta para a Educação Física. Articulando a discussão teórica elaborada pela professora Christianne Gomes, Leila M. S. M. Pinto (s/d) ajuda-nos a concretizá-la na reflexão abaixo:
Descanso, divertimento, desenvolvimento pessoal, social, cultural, profissional... Embora as vivências lúdicas, por si sós, não dêem conta de dar respostas para todos os nossos problemas, nos ajudam a ser "mais" na vida. E beneficiamo-nos de vários modos com essa experiência.
Ao falarmos em vivências lúdicas estamos nos referindo ao que nossa cultura chama de festa, brincadeira, brinquedo, jogo, alegria construídas pelo exercício da liberdade. O lúdico fala de vivências que consideram que a sua qualidade está nas pessoas.
O ponto de partida da vivência lúdica são os sonhos, os desejos dos sujeitos que mobilizam o planejar, o organizar, o agir, o saborear, vivendo intensamente as relações estabelecidas nas atividades desenvolvidas no tempo, no lugar e com os materiais disponíveis.
O jogo lúdico estimula o recriar: ter boas idéias e desenvolvê-Ias com espontaneidade e a alegria de dividi-Ias com os parceiros. O jogador lúdico quer realizar o que tem prazer e por isso lida com os limites e as possibilidades do que faz. Curioso, ele busca sempre novas descobertas: de seus próprios talentos, dos talentos de seus amigos e do sucesso do trabalho em grupo. Aprender e reaprender a gostar com capacidade empreendedora e solidariedade são desafios permanentes para ele, procurando sempre descobrir o que move as pessoas para a participação com autonomia.
A vivência lúdica nos ensina a reorganizar a vida e o trabalho, descobrindo neles o prazer, a emoção e as possibilidades de nos enriquecermos com diversificadas experiências culturais.

Dramaturgia de verdade

Encarado no Brasil como subliteratura, o romance policial só se firmou por aqui lá pelos anos 80 com o aval de Rubem Fonseca, autor conhecido por tematizar a violência urbana em seus livros.


Por Adriana Lunardi*

Encarado no Brasil como subliteratura, o romance policial só se firmou por aqui lá pelos anos 80 com o aval de Rubem Fonseca, autor conhecido por tematizar a violência urbana em seus livros. A demora na consolidação do gênero entre nós encontra certa explicação no preconceito dos letrados, que etiquetavam as obras literárias, dizendo quais pertenciam à alta, quais à baixa literatura. Essa discussão, já vencida pela academia, torna-se irrelevante, senão anacrônica, quando se pensa em termos de televisão. Sem nomear as inconciliáveis diferenças, é oportuno lembrar aqui que a televisão possui algo em comum com a literatura brasileira: o culto ao Realismo. Encenar a vida como ela é, eis a expectativa de ambas, e mais ainda da dramaturgia televisiva. Do hiper-realismo das reportagens aos shows do tipo mundo cão, o interesse pelo fato se sobressai, ganha audiência, e se embute também na produção ficcional, dominante na tevê.

Se a “verdade” cai bem no gosto do brasileiro, não é de estranhar que o gênero policial tenha finalmente encontrado o seu público. A insegurança das ruas e a banalidade do crime poderiam explicar por si só essa demanda. O mundo real está violento e bruto. E os motivos para ter chegado a esse ponto estão mal contados pelo poder público, que além de usar mal as explicações, tem se mostrado incapaz de garantir o funcionamento pleno de suas instituições.

Quando há um assassinato, cabe ao Estado esclarecê-lo. Procurar o autor, entender os motivos, julgar e punir. Esse é o andamento básico para que a ordem se restabeleça. Uma das premissas do gênero policial, na ficção, é contar justamente de que forma se desenrola a investigação de um crime. Desde Edgar Alan Poe, é a figura do investigador que irá exumar os enigmas aparentemente insolúveis de um crime. É ele quem tratará de descrever como tudo ocorreu, tirar da cena do roubo ou do assassinato elementos que indiciam o acusado, e elucidar pontos obscuros, se houver. O detetive já teve a mente labiríntica de um Sherlock ou a imaginação de um Dupin, capazes de dar respostas lógicas ao que parecia sobrenatural. O detetive dos nossos tempos é menos pretensioso, geralmente um policial sem poder intelectual superior, que encontra dentro da própria estrutura em que trabalha os maiores opositores ao sucesso de suas investigações.

No recente A lei e o crime, seriado policial de Marcílio Moraes, que teve uma primeira temporada na TV Record, cabe a Catarina, uma delegada jovem, recém-nomeada, a elucidação dos crimes. Ainda verde no ambiente ambíguo da delegacia e, ao que seu passado indica, recém-chegada também ao mundo real, a presença de Catarina já mexe na estrutura das histórias policiais, tipicamente loteadas pelos homens. Em cada episódio, ela aparece em uma cadeira de rodas, narrando o que aconteceu a ela durante o tempo em que comandou a delegacia. Algo deu muito errado, percebemos na hora. Queremos entender o quê, como e por quê. Contar a partir do fim, escrevendo para trás, depois de tudo acabado, é plantar o primeiro suspense, ingrediente maior do gênero policial.

Não será preciso muito esforço da imaginação para que nos identifiquemos com as situações ilustradas nos episódios de A lei e o crime. As cenas que mostram a polícia e os bandidos em ação repetem em nós a angústia dos civis que procuram esconder-se de um fogo cruzado entrando nos becos e casas de labirínticas vielas. Não há para onde fugir, parece ser a verdade, e tal hegemonia dá ao seriado um tom de violência sem controle que nossa experiência confirma no cotidiano.

Nos seriados policiais, a investigação detetivesca é o elemento de raciocínio, o pequeno farol de esperança no pesadelo criado. Catarina, a delegada, com sua vontade de fazer cumprir a lei, lança mão de pedidos de prisão, acelera os processos administrativos, usa ferramentas óbvias para obter resultados em sua função. Como ela, entramos no seriado querendo uma explicação racional para a epidemia de violência e a paralisia em detê-la. Aos poucos, vamos reconhecendo uma cultura cuja racionalidade se perde em contas bancárias, interesses políticos e pessoais, perversões. A delegada conhece o seu papel no sistema, seus colegas e subordinados também. Todos sabem o que deve ser feito. Mas é exatamente aqui que o pesadelo se fortalece. Como no mundo totalitário de Orwell, a lei é o crime. 

A verdade da ficção

Por mais que edifique sua linguagem a partir dos postulados do Realismo, A lei e o crime não copia a verdade: constrói uma verdade. A verdade do Morro do Alvorada, onde Nandinho da Bazuca é traficante, e da 53ª delegacia de polícia, liderada por Catarina e sabotada por seus colegas. A ficção, nesse caso, finge tanto, e tão bem, que faz jus à atenção que o seriado mereceu do público. Para conseguir tal veracidade em ficção, é necessária uma narrativa sólida, que interligue as cenas sem tropeços, além de boas sequências de ação e um diálogo de registro oral, em que tudo que é dito possui um sentido ambíguo, negociável, usado para caracterizar o comportamento das personagens. Além da boa dramaturgia, esse tipo de seriado exige do autor uma compreensão quanto à natureza do entretenimento que propõe. Marcílio Moraes, o criador da série, é conhecedor tanto de um quanto de outro. Respeita os códigos do romance policial, transpondo-o para a telinha com a emoção condensada que o meio oferece, e sem as discussões já superadas quanto ao lugar do gênero a que se filia. Policial com arte, é isso que a gente vê na televisão. 

Adriana Lunardi é escritora e roteirista de tevê. Estreou na literatura com As meninas da Torre Helsinque (Mercado Aberto/PMPA, 1996). Em 2002, lançouVésperas (Rocco), também publicado na França, Argentina, Portugal e Croácia.Corpo estranho, seu primeiro romance (Rocco, 2006), está sendo traduzido para o francês.Tem formação acadêmica em Comunicação Social e estuda Literatura Brasileira na UERJ. Vive no Rio de Janeiro. 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Escola de Dramaturgia em São Luis

Grade das Aulas da CIA TEATRALIZANDO em São Luis

Vamos iniciar em São Luis com a TURMA Formação Básica I: 


FB I - TURMA A  
Aulas: Terça e Quinta 
Horários: 8.20h as 11.40h 
Manhã 
Investimento Mensal: R$  160,00
Máximo: 12 alunos 


 FB I - TURMA B 
Aulas: Quarta e Sexta 
Horários: 8.20h as 11.40h 
Manhã 
Investimento Mensal: R$  160,00
Máximo: 12 alunos 

 FBI TURMA C 
Aulas: Terça, Quarta e Quinta 
Horários: 19h as 22h 
Noite 
Bolsistas da Cia + 2 pagantes Valor: R$ 160,00
11 bolsistas da CIA + 02 pagantes


SEXTA
19h as 22h - Oficinas Livres de Teatro comandadas pelo Diretor da CIA  


Inicio das aulas: 15.02 (pagantes) 



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Resultado da Seleção em São Luis - Segunda Turma

Cheguei em casa completamente apagado. Muito sono e uma gripe fortissima. Nem tive tempo e sangue para postar no Blog. 
Desculpe pelo atraso! 


Alguns pontos importantes da minha decisão: 
Leveza Cênica 
Maturidade 
Disponibilidade 
Decisão 

  1. Luis Carlos Da Silva Costa 
  2. Karollyne Pontes Cordeiro
  3. Giulia Emily Machado Salgado 
  4. Lucenilde Cristiane Costa    
Lista de Espera 

  1. Carla Carolina DE Albertim
  2. Saurea Maria Costa Braga

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cesare Battisti, refém do STF?

Cesare Battisti, refém do STF?

Artita e ativista político é acusado injustamente e se mantém preso no Brasil por leviandade do STF e do grupo politico italiano que deseja matá-lo.
Quem manda no Brasil ? Cesar Peluzo, presidente do Supremo Tribunal Federal pode provocar neste começo do mandato de Dilma Rousseff uma crise institucional, negando-se a assinar o alvará de soltura de Cesare Battisti para tentar, com Gilmar Mendes, anular a decisão de Lula, tomada nas suas últimas horas de seu mandato, com o objetivo de enquadrar Dilma segundo o gosto do STF.
Tudo vai se jogar nesta segunda-feira. Se Peluzo reconhecer a competência de Lula ao negar a extradição de Battisti para a Itália, deverá assinar o documento liberatório, ainda de manhã ou, no máximo, à tarde. Caso não o faça, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo poderá tomar a iniciativa de assinar, ele mesmo, o alvará de soltura. Mas nesta hipótese, já terá começado o conflito de poderes e não se sabe se o diretor da penitenciária da Papuda cumprirá o mandado de libertação.
Não nos esqueçamos, isso já aconteceu, existe, portanto, o precedente. Quando o ex-ministro Tarso Genro concedeu o asilo político a Cesare Battisti sua decisão foi obstada pelo STF, Gilmar Mendes negou a libertação do italiano e submeteu a decisão ministerial ao julgamento do STF, e ela foi anulada por 5 a 4 votos. Tarso Genro é hoje governador do Rio Grande do Sul mas foi um ministro destituído de seus poderes pelo STF.
O conflito executivo com judiciário sobre competências foi evitado para não se envenenar o clima eleitoral, mas criou-se o precedente. E esse precedente pode levar a um outro confronto, do qual Gilmar e Peluzo, que nunca foram plebiscitados pelo povo, poderão sair mais fortes em termos institucionais que a presidenta Dilma.
E um absurdo jurídico pode acontecer – apesar do presidente Lula ter deixado o poder com o apoio de 84% da população, Peluzo e Gilmar tentarem anular a decisão por ele tomada com o objetivo declarado de desprestigiá-lo, de confronto e advertência à presidenta Dilma e de se sobrepor o STF ao Executivo.
Outro absurdo já existe – o STF praticamente sequestrou Cesare Battisti, ao ignorar a decisão do ministro Genro, e o mantém como seu refém na penitenciária da Papuda. Se Battisti continuar preso, apesar da decisão de Lula, mesmo que seja até fevereiro, se confirmará, mais uma vez, a condição de Battisti como refém do STF e o Brasil estará a um dedo de uma crise institucional.
Na verdade, Battisti é apenas um pretexto. Gilmar Mendes, nomeado por FHC, será provavelmente o relator no caso de um retorno da questão Battisti ao STF. Embora juristas como Dalmo Dallari, o ministro Marco Aurélio Melo e o advogado Luiz Roberto Barroso afirmem com base jurídica ter chegado o momento de se libertar Battisti, poderá continuar o sequestro do italiano, numa tentativa para queimar Dilma junto à população, pois seria assimilada a Battisti pela grande imprensa.
O lamentável nesta hipótese é que Gilmar e Peluzo assumiriam mais uma vez as dores do governo italiano e poderiam dar provimento a uma nova queixa italiana com base no Tratado Mútuo de Extradição, como se o governo brasileiro devesse abrir mão de sua soberania e ser obrigado a se curvar às exigências italianas. E no caso de se submeter o ato de Lula a uma validação pelo STF (o que em si mesmo já seria uma provocação), quais seriam os riscos de uma anulação do ato do ex-presidente ?
Alguns juristas, como Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional, acham que não se repetiriam os 5 a 4 do ano passado contra Battisti, mas além de se submeter Battisti a um novo purgatório de tensão, espera e estresse, ninguém pode garantir um resultado.
No julgamento do ano passado, a questão parecia resolvida com a eleição para o STF do advogado da União, José Antonio Dias Toffoli. Porém, as expectivas foram traídas e com a abstenção de Toffoli, vigorou a extradição. Sem Lula no poder, imaginam-se os interesses que estarão em jogo para se obter uma anulação de sua decisão, com o objetivo de se colocar Dilma contra a parede, enquanto o ministro da Justiça seria esvaziado de seus poderes já no começo do mandato.
É bastante sintomática a notícia de que Cesare Battisti, ao ter conhecimento da decisão presidencial, não comemorou, pois já devia ter sido alertado da trama de Peluzo e do STF – forçar o Brasil a entregá-lo à Itália para desmoralizar Lula e sua sucessora. A tentação golpista dos perdedores existe. A infamante campanha contra Dilma tinha esse objetivo. Utilizar Battisti para dar um xeque-mate na presidenta, provocando-se uma crise institucional caso ela reaja contra uma decisão, aparentemente legal mas arranjada do Supremo, deve ser o sonho dos derrotados.
Esperemos que ainda nesta segunda-feira saia esse alvará de soltura, caso contrário ficará evidente haver uma conspiração e deveremos nos preparar para abortá-la junto com seus autores golpistas, para que não sofra o Brasil todo, justamente agora que vai se tornando potência mundial.