quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nelson um dos deuses do Teatro brasileiro - Leitura Obrigatória N. 002

Maldito, tarado, reacionário e indecente. Nelson Rodrigues escreveu com seu espírito opiniões nada menos que polêmicas. Nessa seleção de aforismos, podemos nos deliciar com algumas das provocações do gênio, uma das mais importantes figuras do país e espectador das décadas mais conturbadas do século XX nacional. Ninguém sai ileso.


Para o grande público, Nelson Rodrigues não passava de um tarado. Nem era necessário ler alguma das suas obras ou abrir o jornal para ler uma de suas crônicas porque, só de ouvir duas ou três frases, as boas família já calçavam suas meias para fugir dos arrepios: aquele ali era um pervertido! Além do que, nos anos 50, ouvia-se muito falar nos botequins cariocas que o homem escrevia histórias onde os pais se apaixonavam pelas filhas, onde as mulheres traíam os maridos com a naturalidade de quem compra sapatos ou onde as mocinhas gostavam mesmo era de beijar outras mocinhas – e isso quando não estão ocupadas abrindo as pernas para os cunhados. Nelson Rodrigues era um tarado demoníaco. Resposta do autor? A opinião pública é uma débil mental.

Mas o certo é que Nelson Rodrigues acompanhou com reflexões profundas, mesmo que feitas de improviso, sobre o país que via a sua frente, e ele não só assistiu, mas viveu algumas das décadas mais conturbadas da história do Brasil. Aos treze anos de idade já contribuía com o pai nas páginas policias do jornal Crítica, o mesmo que mergulhou no abismo após o assassinato do irmão de Nelson, Roberto Rodrigues, em 1929, da morte do patriarca Mário Rodrigues pouco tempo depois e do linchamento de sua gráfica e redação. Ser testemunha e ator de eventos cruciais do século XX brasileiro, fez a história do autor e sua família com a do próprio país e, fosse sobre a política, sobre a sociedade ou sobre o futebol, a ditadura de Getúlio Vargas fez sobrevir sobre a família Rodrigues e sobre Nelson anos de fome que contribuiriam para que ele desenvolvesse uma tuberculose, uma terrível acompanhante para o resto da vida.

A medida que o autor reconstruía seu espaço na imprensa, erguia seu mito no teatro e amadurecia como autor, passaram-se as diferentes fases do governo Vargas, um governo militar, a expansão da TV, a Segunda Guerra, a volta de Vargas, as revoluções culturais de 60 e 70, o feminismo e outro governo militar.

No conjunto das suas atividades, somado às duras experiências da vida e a sempre proximidade com a política, recebeu aplausos, censura do Estado e a incompreensão da mesma massa que retratava obcecadamente em suas obras. Daí suas opiniões variarem entre o cáustico e o irônico, passando pelo cinismo velado. Sempre conservadoras, um paradoxo que confunde. Os assuntos são variados: casamento, sociedade, ginecologistas, política, futebol, cariocas, seus escritos, etc., etc. E como saber quando ele diz a sério? Nesse caso, a dúvida contribui para alcançar o calibre dos aforismos provocantes do Anjo Pornográfico.

*A maior parte das frases de Nélson podem ser encontradas no livro “Flor de obsessão”, organizado pelo escritor e jornalista Ruy Castro (fã confesso e professo do autor).

“Invejo a burrice, porque é eterna”

“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos...”

“As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado”

“O brasileiro é um feriado”

"A fidelidade devia ser facultativa"

"Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém"

“Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível”

“Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar com batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um São Francisco de Assis, com luva de borracha e um passarinho em cada ombro”

“Só o inimigo não trai nunca”

“Pode não ser científico, mas é batata! Eu disse que o amor morre no banheiro e provo. Quando um cônjuge bate na porta do banheiro e o outro responde lá de dentro: "Tem gente!", não há amor que resista! Portanto, nada de camas, nem de quartos separados. Separação sim, de banheiros. Cada um deve ter seu trono exclusivo”

"O homem só é feliz pelo supérfluo. No comunismo, só se tem o essencial. Que coisa abominável e ridícula!"

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Milton Andrade: beijo gay do SBT foi tapa na Globo e na Record



o SBT deu um tapa de luva militar na católica Globo e na evangélica Record ao colocar no ar um capítulo da história da teledramaturgia no país. O dono do baú da felicidade promoveu a alegria do tão esperado primeiro beijo gay em uma novela brasileira.

Por Milton Andrade diretor da CIA TEATRALIZANDO, crítico de Televisão e Desenvolvedor de projetos televisivos para a produtora BICHO DE SEDA.

Houve boatos de que, em 1963, no teleteatro chamado Calúnia, teria acontecido o que seria o beijo lésbico entre as atrizes Geórgia Gomide e Vida Alves, mas não existe registro da cena.

São as cenas gravadas por Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre), personagens da novela Amor e Revolução, de Tiago Santiago, que mostram a primeira manifestação de afeto íntimo homossexual da televisão do Brasil.

O beijo entre elas foi quente, sexy, com pegada. Cenas insinuantes de pernas se esfregando deram um tom mais ousado à cena. Marcela, mais resolvida com a sua bissexualidade, sabe bem o que quer. Para Marina, tudo isso é uma grande novidade.

Depois do beijo, elas questionam o papel da mulher e da liberdade e independência que o sexo feminino pode conquistar em relação aos homens. A cena sozinha é uma síntese do título da trama. Há amor e revolução.

E tudo isso num dia em que houve um bate-boca entre a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que perturbou a entrevista da senadora Marta Suplicy (PT-SP) mostrando seus panfletos antigay no Congresso.

E quando, em Uganda, está quase aprovada a lei que prevê pena de morte aos homossexuais, a ficção revolucionou e poetizou a realidade com um belo e longo beijo.

Que venham mais.

Entendendo o Teatro do Oprimido - Leitura Obrigatória CIA TEATRALIZANDO 001


Teatro do Oprimido (TO) é um método teatral que reúne Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal. Os seus principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo (tal como Paulo Freire pensou a educação) e do teatro. Ao mesmo tempo, traz toda uma nova técnica para a preparação do ator que tem grande repercussão mundial.

O Teatro do Oprimido é um método estético que sistematiza Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus praticantes, e a democratização do teatro.
O TO parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espectadores e atores.
Dentro do sistema proposto por Boal, o treinamento do ator segue uma série de proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente.
Cumpre ressaltar que todas as técnicas pressupõem a criação de grupos, onde o Teatro do Oprimido terá sua aplicação.

Teatro Jornal
O Teatro-Jornal foi uma resposta estética à censura imposta, no Brasil, no início dos anos 70, pelos militares, para escamotearem conteúdos, inventarem verdades e iludirem. Nesta técnica, encena-se o que se perdeu nas entrelinhas das notícias censuradas, criando imagens que revelam silêncios. Criada em 1971, no Teatro de Arena de São Paulo, esta técnica foi muito utilizada na época da ditadura militar brasileira, para revelar informações distorcidas pelos jornais da época, todos sob censura oficial. Ainda hoje é usada para explicitar as manipulações utilizadas pelos meios de comunicação.

Teatro Invisível
O Teatro-Invisível que, sendo vida, não é revelado como teatro e é realizado no local onde a situação encenada deveria acontecer, surgiu como resposta à impossibilidade, ditada pelo autoritarismo, de fazer teatro dentro do teatro, na Argentina. Uma cena do cotidiano é encenada e apresentada no local onde poderia ter acontecido, sem que se identifique como evento teatral. Desta forma, os espectadores são reais participantes, reagindo e opinando espontaneamente à discussão provocada pela encenação.

Evolução: a Estética do Oprimido
As iniciativas de Boal e do CTO-Rio, dentro dos propósitos do Teatro do Oprimido vêm sendo ampliadas constantemente. Assim, integrando o Sistema, está sendo desenvolvida a "Estética do Oprimido". Esta tem por fundamento a certeza de que somos todos melhores do que pensamos ser, capazes de fazer mais do que realizamos, porque todo ser humano é expansivo.
A proposta é promover a expansão da vida intelectual e estética de participantes de Grupos Populares de Teatro do Oprimido, evitando que exercitem apenas a função de ator, que representa personagens no palco. Os integrantes desses grupos são estimulados, através de meios estéticos, a expandirem a capacidade de compreensão do mundo e as possibilidades de transmitirem aos demais membros de suas comunidades - bem como aos de outras - os conhecimentos adquiridos, descobertos, inventados ou re-inventados.

Texto de Milton Andrade com participação de Bárbara Santos

Salve Salve


A seleção de ontem para o processo de montagem do ARCANO foi sensacional. Descobrimos duas grandes atrizes que mostram em sua plenitude a vontade e o desejo de fazer teatro. Seja bem vindo a FAMILIA TEATRALIZANDO minhas caras companheiras: JULIENE NASCIMENTO E WANESSA SILVA.

Estamos convictos que seguiremos juntos para a realização de espetáculos extraordinários e momentos marcantes em todos os sentidos. O universo nos uniu pelo destino e pela trama traçada em nossos sonhos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A hipocrisia dos que se dizem "dono do teatro"

Parece-me contundente a questão que envolve hoje o aparato sindical em torno do ator. Um aparato sindical que muitas vezes ao invés de defender o ator disso ou daquilo lhe coloca numa ponta de repressão e tortura. Um país ainda longe de alcançar todos as suas ações democráticas vive a margem de uma repressão absolutista que coibe o ator do avanço e de suas melhores oportunidades. Eles falam em registro de ator ou mecanismo esdrúsculo para dizer: Faz teatro quem pertence ao meu grupinho corporativista ou paga para que a chamada casta dos flamigerados sindicalistas se mantenha de pé diante do desuso de suas funções.

A arte do ator nasce na liberdade. O ator é livre de acomodações massivas e excludentes. O ator é faceta de uma atitude plena de exercício do fluir, do imaginar e do porvir. o Ator de dramaturgia não se limita ao mundinho cheio de pleonasmos e vicios que marcam uma época difusa que não é mais a época da liberdade cultural pretendida pelos nossos atores e pelos nossos livres pensadores. Não podemos exigir que antes que um dramaturgo elabore uma peça de teatro, um texto dramático ele que tenha se sindicalizar para que possa ser reconhecido ou visto. A cultura e o teatro esvaziam essa máxima pensada na ditadura militar e que alguns sindicalistas disfarçados de ator tentam a todo custo colocar em prática. Somos de uma época distinta. Somos de um momento diferente da história universal, nossas ramificações partem de uma sociedade sem ostracismo e sem recalques anacrônicos em suas veias. Somos de uma sociedade de gente livre, pensante, sem mistérios sepultados no viés da podridão recondita da "persona".

Esse novo ator entende que um registro é apenas um instrumento profissional legitimo que vai lhe ajudar a crescer e se achar conveniente, mas jamais será um hiato que separa o talento da realidade. Um hiato que separa dois mundos daqueles que podem e daqueles que não podem fazer arte no Brasil

terça-feira, 10 de maio de 2011

O CASO DA MERDA NO E DO TEATRINHO MARANHENSE

Que a sociedade está em constante renovação é um fato que, hoje, com a aceleração dos processos e avanços da técnica, fica mais perceptível. Devido a essa renovação das estruturas sociais, a ‘tradição’ não pode e nem deve permanecer inalterável. E, claro, como todo processo de mudança, de transformação, os riscos são e serão inevitáveis.

Por exemplo, há no âmbito do teatro uma tradição antiga que remonta aos tempos das carruagens guiadas por cavalos – costuma-se desejar “MERDA” aos atores antes da entrada em cena. Sugere-se que como as carruagens ficavam à porta dos teatros
durante as apresentações, e, como é da natureza dos cavalos não ter um lugar
específico para a defecação, acontecia de ter muita “MERDA” à entrada dos teatros
ao término dos espetáculos.

Este era então um indicativo do sucesso das peças. Pois quanto mais “MERDA”
houvesse na porta das casas de espetáculo, mais público estaria ali presente para a
apreciação e consequentemente viria mais lucro, mais divulgação, ou seja, como dito, mais sucesso.

Hoje preciso defender a permanência dessa tradição. Primeiro por trabalhar o
símbolo, a metáfora. Acho isso tão importante nessa “sociedade de conceitos” com
limites tão demarcados! Segundo, porque é bem humorada e bom humor é sempre
bem vindo. E terceiro, porque se corre o risco sério de não estarmos entendendo o
percurso metafórico dessa tradição e estarmos nos embrenhando por um
desconfortável caminho da literalidade.

Explico: na sexta-feira, 06 de maio de 2011, com toda certeza o ator Paulo Diógenes, interprete da maravilhosa “Raimundinha”, deve ter recebido muitos votos de “MERDA” antes de mais uma apresentação, como sempre, digna de aplauso. Apesar de eu sentir falta em nossos teatros de espetáculos com conteúdo substancial, não posso, de modo algum, desmerecer o árduo trabalho desses guerreiros do teatro comercial. Afinal de contas, não sejamos hipócritas – dinheiro é bom e fundamental. E este povo está deseducado para assistir outra coisa. Culpa dos eleitores dos nossos governantes (falta educação meu povo!)

Tudo bem até aí. O problema foi depois dos primeiros 15 minutos de apresentação da Raimundinha, já lá pelas 21 horas e pouquinho mais. Alguém que não compreendeu o sentido real dessa tradição, e com a mente mais travadinha e limitada que aqueles há quem tentou de fato atingir, decidiu jogar uma camisinha cheia de “MERDA” na plateia. Indícios de uma guerra, terrorismo tão condenável quanto o 11 de setembro, ou vocês que quererão justificar a atitude covarde daquele que atirou a “MERDA” não acreditam que Bin Laden também tinha uma justificativa, aos olhos dele, plausível?

Eu me pergunto se pelo menos podemos chamar isso de atentado ao patrimônio
público. É, já que estamos falando de TEATRO ARTHUR AZEVEDO, melhor não.
Afinal de contas, de público, aquilo não tem nada. Mesmo assim ainda não posso
compactuar com essa revolta armada.

Se bem que não é de hoje que muita merda é derramada por ali, e escondida debaixo daqueles carpetes (ah! Esses foram comprados com dinheiro público – É! Tem algo público ali dentro: o dinheiro investido, mas parece que é só isso).
O produtor local do espetáculo Moraes Jr. Ficou muito indignado como não poderia
deixar de ser. Afinal jogaram merda no seu trabalho. Porque ele não tava, como
sempre, preocupado com o patrimônio público. Eu me pergunto qual das “MERDAS”
feitas ali dentro é maior: se essa, acontecida na última sexta-feira, ou as muitas vezes que nossos tão ‘ilustres’ produtores teatrais locais, os mais prestigiados pelo nosso ‘publicuzinho’ (MORAES JR. E GUILHERME FROTA) fumam no salão de entrada do teatro. Algo proibido por lei e que eles, no auge de suas arrogâncias, e como é de praxe no mundinho cultural do maranhão (preciso colocar em minúscula mesmo) decidem burlar frequentemente.

Mas gente! Não posso ser injusto e dizer que “MERDA” só acontece no TEATRO
SUJO ARTHUR AZEVEDO. A merda começa deste a Secretaria de Cultura, na
verdade desde o governo do estado. Preciso citar que a Secretaria de Cultura e sua
administração (não sei se o termo merecido é esse, mas...) decidiram convocar Aldo
Leite, Arão Paranaguá de Santana e Nerine Lobão para julgar os projetos do Edital
Universal (kkkkkkkkkkkkk) de Apoio (ashuashuashua) à Cultura Maranhense
(rsrsrs). Edital que adiou o prazo para divulgação de seu resultado final por mais de
três meses e que, no entanto, dois meses antes do resultado ser divulgado, já existiam grupos que se sabiam aprovados.

Na área teatral foram poucos os ‘mesmos’ aprovados. A desculpa? A Secretaria
dispõe de pouco dinheiro! Mesmo? E os oito milhões à Beija Flor, vem de onde?
Quero voltar rapidamente aos jurados do Edital Universal e blá blá blá. Mas
diretamente ao Sr. Aldo Leite. Tão premiado dramaturgo maranhense e professor da Universidade Federal do Maranhão. Onde o senhor coloca a Ética, tão fundamental à esses processos, quando decide dizer a um determinado grupo que este já estava aprovado dois meses antes do resultado final do Edital, justificando que: (palavras de Aldo Leite ditas à coordenação do distinto grupo)”se tu tava lá é claro que eu te aprovaria né?”? E assim foi feito. Parabéns a esse grupo pelo seu mérito, afinal ter bons contatos é fundamental e mérito de poucos. Senhor Aldo Leite, eu me chamo Alguém e juro que serei um bom amigo, vamos começar pelo senhor me aceitando no Orkut, pode ser?
alguéminconformadoinjusticado@cultura.comraiva.br. Me add lá ok? Beijos!

Gente! Desculpa, mas não estou fugindo da minha linha de raciocínio não. Estou
falando das “MERDAS” (é, gente, sinto muito também, mas é no plural sim) que
vemos e com a qual somos banhados todos os dias nesse nosso maranhão pra turista ver. Onde o povo é burro e continua votando igual, mas que tem sempre o melhor carnaval.


São Luís – MA, 09 de maio de 2011

sábado, 7 de maio de 2011

SELEÇÃO DE ATORES E ATRIZES NO NORDESTE SEM DRT E SEM EXPERIÊNCIA EM GRUPOS DE TEATRO

Projeto Novos Talentos

A Companhia Teatralizando vai desenvolver um “Casting” fixo de novos talentos no Brasil inteiro. Desenvolver talentos de guerreiros e guerreiras que sonham pelo fazer teatro e se tornarem artistas. Legado de uma época e coesos libertadores de sonhos e transformações.

Se você se sente interessado em participar do nosso projeto. Nos também sentimos motivados a receber novos TEXTOS e novos ARTISTAS para as duas próximas montagens que faremos na CIA AMADORA DA NOVA DRAMATURGIA.

De qual seja a sua cidade, de qual seja o município deste Brasil se você é maior de DEZOITO ANOS E esta disposto a viajar o Brasil inteiro e apresentar as peças ARCANO E MAKTUB.

Teremos o maior prazer em receber a sua proposta e marcaremos um encontro em qualquer ponto desse no Brasil amado.

Forneceremos para cada selecionado uma bolsa mensal de R$ 300,00 para ajuda de custo e ainda quotas dos espetáculos e recursos de patrocinadores.

Os selecionados vão participar de uma ESCOLA DE DRAMATURGIA constante com aulas de canto, dança, teatro e interpretação. O contrato dos novos atores será anual com a possibilidade de ser renovado. Artistas de outras cidades terão HOSPEDAGEM, ALIMENTAÇÃO E AJUDA DE CUSTO.

Estamos juntos. Estamos com você. Queremos ao lado de GENTE LIVRE, MODERNA E TALENTOSA mudar os RUMOS da DRAMATURGIA NACIONAL.

A Força do HOMEM é mais forte que qualquer barreira INTRANSPONÍVEL.

Eis tudo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Vem ai MAKTUB novo espetáculo da CIA TEATRALIZANDO




MAKTUB
No paradoxo da vida temos as vezes rostos que são tão frios, tão mecânicos e não parecem mais que nem aqueles de antes. Parece que sofrem a dor do ostracismo, da desideolização, da carência de um sentido. Um sentido que seja para que a vida possa pulsar de novo. Pulsar de uma forma apaixonada.

Sobre Gil Vicente uma grande voz do teatro...




Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno. Ele teria nascido por volta de 1465, em Guimarães ou em outro lugar na região da Beira. Casado duas vezes, teve cinco filhos, incluindo Paula e Luís Vicente, que organizou a primeira compilação das suas obras.

No início do século 16, há referência a um Gil Vicente na corte, participando dos torneios poéticos. Em documentos da época, aparece outro Gil Vicente, ourives, a quem é atribuída a Custódia de Belém (1506), recipiente para exposição de hóstias feita com mais de 500 peças de ouro puro. Há ainda mais um Gil Vicente que foi "mestre da balança" da Casa da Moeda. Alguns autores defendem, sem provas, que os três seriam a mesma pessoa, embora a identificação do dramaturgo com o ourives seja mais viável, dada a abundância de termos técnicos de ourivesaria nos seus autos.

Ao longo de mais de três décadas, Gil Vicente foi um dos principais animadores dos serões da corte, escrevendo, encenando e até representando mais de quarenta autos. O primeiro deles, o "Monólogo do Vaqueiro" (ou "Auto da Visitação"), data de 1502 e foi escrito e representado pelo próprio Gil Vicente na câmara da rainha, para comemorar o nascimento do príncipe dom João, futuro rei dom João 3o. O último, "Floresta de Enganos", foi escrito em 1536, ano que se presume seja o da sua morte.

O "Auto da Sibila Cassandra", escrito em 1513, introduz os deuses pagãos na trama e por isso é considerado por alguns como o marco inicial do Renascimento em Portugal.

Alguns dos autos foram impressos sob a forma de folhetos e a primeira edição do conjunto das obras foi feita em 1562, organizada por Luís Vicente. Dessa primeira compilação não constam três dos autos escritos por Gil Vicente, provavelmente por terem sido proibidos pela Inquisição. Aliás, o índice dos livros proibidos, de 1551, incluía sete obras do autor.

Gil Vicente foi considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. A estrutura das suas peças e muitos dos temas tratados foram desenvolvidos a partir do teatro medieval, defendendo, por exemplo, valores religiosos. No entanto, alguns apontam já para uma concepção humanista, assumindo posições críticas.

Em 1531, em carta ao rei, Gil Vicente defendeu os cristãos-novos, a quem tinha sido atribuída a responsabilidade pelo terremoto de Santarém. Também no "Auto da Índia" apresentou uma visão antiépica da expansão ultramarina.

Gil Vicente classificou suas peças dividindo-as em três grupos: obras de devoção, farsas e comédias. Seu filho, Luís Vicente acrescentou um quarto gênero, a tragicomédia.

Estudiosos recentes preferem considerar os seguintes tipos: autos de moralidade, autos cavaleirescos e pastoris, farsas, e alegorias de temas profanos. No entanto, é preciso lembrar que, por vezes, na mesma peça encontramos elementos característicos de vários desses gêneros.

Gil Vicente vai muito além daquilo que, antes dele, se fazia em Portugal. Revela um gênio dramático capaz de encontrar soluções técnicas à medida das necessidades. Nesse sentido, ele pode ser encarado como o verdadeiro criador do teatro nacional.

Por outro lado, a dimensão e a riqueza da sua obra constituem um retrato vivo da sociedade portuguesa, nas primeiras décadas do século 16, onde estão presentes todas as classes sociais, com os seus traços específicos, seus vícios e suas preocupações. Também no aspecto lingüístico o valor documental da sua obra é inestimável e constitui uma grande fonte de informação sobre o início do século 16 em Portugal.